segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

- Opinião

Quando nos recordamos de algo, seja através dos sentidos (tato, olfato, paladar, etc) ou simplesmente de alguma coisa que nos vem à memória, estamos acostumados em definir o que está em questão, primeiramente, em agradável ou desagradável.  Isso é algo natural, pois como seres diferentes um dos outros, é normal que o gosto do de fulano seja diferente de ciclano devido à “carga cultural” (isso não está em questão, pois desconheço um molde para cultura). Porém, no ramo das artes, não podemos praticar o mesmo gosto que usamos para distinguir coisas agradáveis das desagradáveis do dia-a-dia, é uma questão de bom senso e respeito ao artista.  
Como um célebre ditado propriamente diz: “Uma imagem vale mais que mil palavras”, e não é à toa que ele existe. Uma imagem é mil vezes mais complexa que um texto literário, pois num quadro, por exemplo, há algo implícito, um significado impreciso que somente o artista pode definir e descrever. Mas deixo claro que cada um possui a sua opinião, e que a “decodificação” de uma obra de arte é pessoal, por mais que o artista tenha lhe dado uma definição.  Esse é um dos motivos pelos quais não devemos simplesmente "rotular" uma obra: seu significado é uma incógnita, estando longe de nosso alcance e mérito julgar o trabalho de um artista tão-somente pelo achismo.
É comum encontrar pessoas depreciando uma obra de arte abstrata devido ao título, em razão de muitas destas obras aparentemente não possuírem coesão com a descrição ou mesmo por parecerem “menos realista”.
O artista tem como dom a maneira de demonstrar seu ponto de vista de uma forma pouco habitual, através de quadros, esculturas, construções, enfim, uma infinidade de recursos estilísticos. Neste caso, o ponto de vista não se discute. Não se deve gostar menos de uma obra por não parecer simétrica, coerente ao título etc.    



"A Mulher de Cabelo Verde" - Anita Malfati

 Esta obra foi alvo de péssimas críticas referente à originalidade de Anita Malfati. Dentre os críticos mais polêmicos, Monteiro Lobato não se conteve ao expressar repúdio diante desta obra. Desacreditada, Anita pensou seriamente em parar de produzir suas obras já que sua habilidade foi questionada.

A seguir, o depoimento de Monteiro Lobato sobre Anita Malfati:

" Há duas espécies de artistas. Uma composta dos que veem normalmente as coisas e em consequência disso fazem arte pura ... Se Anita retrata uma senhora de cabelos geometricamente verdes e amarelos, ela se deixou influenciar pela extravagância de Picasso e companhia - a tal arte moderna".

O Modernismo em geral não foi aceito pelos conservadores do renascimento, pois nesse período essas pessoas exaltavam somente as obras feitas por grandes mestres. No Brasil isso não foi diferente, porém, quando  este movimento artístico chegou ao Brasil, na Europa já estava sendo aceito. Em suma, a aceitação do Modernismo em solo brasileiro foi tardia, tal qual sua estrutura política e acadêmica.


sábado, 17 de setembro de 2011

Excêntrico?

Dentre os artistas mais polêmicos do século XX, Salvador Dalí é reconhecido pela sua excentricidade e seus trabalhos cheios de simbolismos, chegando a mexer com o subconsciente de quem aprecia.  

  Salvador Dalí

       Na adolescência, Salvador Dalí já frequentava a academia de Artes de Madrid junto a outras personalidades como o poeta Federico Garcia Lorca e o roteirista Luis Buñuel. Há boatos de que Dalí se relacionou amorosamente com Federico Garcia Lorca, inclusive é tema de um filme chamado “Little Ashes” (pequenas cinzas).  

Federico Garcia Lorca e Salvador Dalí

       No início de sua carreira como artista, Dalí mostra interesse pelo Cubismo, mas após ter mudado para Paris começa a frequentar o movimento dos Surrealistas. Salvador não só produziu fantásticas obras-primas, mas também contribuiu com o cinema. Luis Buñuel, Diretor e amigo de Salvador, convida-o para ajudá-lo em um roteiro e o resultado dessa parceria são dois curtas bem conhecidos como “Un Chien Andalou” (um cão andaluz) e “L’age d’Or” (A idade do ouro) que são ícones do cinema surrealista.


  O filme "Un chien andalou" é ícone do cinema surrealista.
Possuí até hoje uma grande repercussão devido a uma das cenas.


Ao decorrer de sua vida, Dalí teve várias inspirações. Sua admiração por Velásquez é nitidamente reconhecível, O seu bigode é visto por muitos como uma alusão a Diego. Gala, Cônjuge de Salvador, está presente em muitos de seus trabalhos. Dalí se inspirou também em Pablo Picasso o qual o conheceu pessoalmente.    
"A Pérola"
Alusão feita por Dalí representando a "infanta Margarida" 
do quadro mais famoso de Velázquez, "As Meninas".

 Salvador Dalí colaborou muito com o ramo das artes. Durante sua vida produziu mais de mil e quinhentos quadros, os mais conhecidos são:  “A Persistência da Memória”, “O Enigma do Desejo”, “Canibalismo Outonal” e muitos outros.





segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Reflexo transmite Inspiração!

Dentre vários objetos já feitos, o espelho é algo simplesmente indescritível. Conseguiria descrever por completo o poder de um reflexo? Pois é, o reflexo é algo tão inspirador que vários pintores o adotaram como um “enigma” em seus trabalhos, e de fato é, pois não sabemos o que se passava na cabeça desses artistas no decorrer destas obras, mas podemos  resgatá-las apreciando-as.
Carravaggio quis transmitir a ideia de reflexo fazendo uma alusão ao mito de Narciso, um jovem que desprezava algumas ninfas devido ao seu egocentrismo e consequentemente era odiado por elas. Sendo assim, muitas preces foram feitas para que pagasse pelos seus atos, então a deusa da vingança concedeu esses pedidos, fazendo com que Narciso aproximasse de certa fonte e visualizasse a si mesmo. Após isso, Permaneceu admirando sua beleza fazendo com que se esquecesse do essencial para manter-se saudável. Narciso fazia tentativas de beijos porém, o reflexo se dispersava, fazendo com que fosse desprezado pela sua própria imagem até a sua morte.

"Narciso" de Caravaggio


Jan Van Eyck também usa como um “enigma” o reflexo. Na obra “O casal Arnolfini”, o artista retrata um matrimônio de uma família nobre. O espelho localizado no centro da obra é motivo de dúvidas, pois mostra que há uma terceira pessoa presenciando a cerimônia. Nada impede de que o visualizador tire suas próprias conclusões. Há vários detalhes que indicam um possível matrimônio; podemos analisar a expressão corporal feita por eles, sugerindo algo cerimonioso.

      "Casal Arnolfini" - Jan Van Eyck

Outra obra magnífica utilizando o reflexo e a interação do visualizador  é “As meninas” de Diego Vélazquez. O artista reproduz em segundo plano  a filha de Filipe IV (rei da Espanha) acompanhada com suas serventes. Ainda em segundo plano no lado esquerdo, Velásquez reproduz um pintor segurando uma aquarela e direcionado ao visualizador.  Podemos analisar também que uma das serventes está fazendo certa reverência e em terceiro plano, há um possível espelho contendo o reflexo de Filipe IV e sua mulher.  Finalmente em primeiro plano há um cavalete apoiando uma tela. Podemos concluir que a possível intenção do artista era colocar o visualizador no lugar de Filipe IV ou mesmo da rainha.

"As Meninas" de Diego Vélazquez 

Muitos artistas usam o reflexo para produzir seu auto-retrato, um caso curioso é do artista holandês Rembrandt van Rijn. Durante sua vida, Rembrandt produziu alguns auto-retratos em diferentes fases, e usava como técnica o seu próprio reflexo. É um processo meio obvio, mas poucos pensam a respeito.




Auto-retratos de Rembrandt

domingo, 14 de agosto de 2011

- Lorenzo Ghiberti



      Lorenzo di Bartolo Ghiberti foi um grande fundidor e escultor da pré-renascença italiana. 


                                          Lorenzo Ghiberti

Aos quatorze anos, Lorenzo começou a aprender com seu pai e padrasto a arte da ourivesaria, (trabalho com metais preciosos como ouro e prata). Após alguns anos, Ghiberti se torna o ouvires-mestre da guilda devido à sua habilidade de projetar tridimensionalmente.

          O seu principal trabalho foi a porta do batistério da Piazza San Giovani, no qual o artista esculpiu sobre o bronze algumas passagens do novo testamento em alto relevo . Após ter finalizado o seu trabalho, logo foi incumbido de projetar uma segunda porta, mas retratando cenas do velho testamento. A repercussão de seu trabalho foi tão grande que mais tarde, Michelangelo Buonarroti apelidou-o como “ portões do paraíso”.



Porta Feita por Ghiberti

      Ghiberti guardou suas memórias em um livro, contendo informações valiosas sobre a arte renascentista e também há registros de sua biografia. 

sábado, 16 de julho de 2011

Paris - Um belo lugar para respirar história e arte






Muitos diriam que não passa de uma mera francofilia, mas tenho os meus motivos por admirar esta capital chamada Paris. Mas por que não Roma, Atenas, que são consideradas o berço das artes? Ou mesmo Veneza, um lugar pouco inspirador, não?! São muitos os lugares que merecem a minha admiração não só por sua história, mas por sua cultura, e progresso no que diz respeito a artes.
 O que me leva a amar Paris é a sua história em diferentes aspectos. Não há nada mais inspirador que a Revolução Francesa, onde os menos favorecidos impuseram justiça e igualdade e conseguiram acabar com uma monarquia suja. “Liberdade, igualdade e fraternidade” era o que pregava o Terceiro Estado em busca de reforma. E conseguiram! Isso me leva a acreditar que o nosso país ainda não está perdido e que a igualdade e a justiça podem ser alcançadas, mas isso depende de vários ideais e não vou expor aqui, aliás, é um tema um pouco polêmico.
 Outro aspecto é a história da arte. Como perceberam, estou mencionando coisas que particularmente me inspiram e diante de outras lindas obras ou técnicas fabulosas, tenho uma admiração enorme pelos “impressionistas”. Um tipo de arte que não foi bem digerida por críticos, cuja visão limitava a produção de arte aos mestres renascentistas e que, por desprezo, rolutaram-lhes de "impressionistas”. Mal sabiam eles que aquela arte estava disposta a quebrar padrões de beleza e que criaram uma identificação que foi muito bem aceita, não só por eles, mas por outras pessoas que ampliaram seus horizontes. Demorou um bom tempo para que fossem apreciados, muitos artistas já tinham “partido”. O sonho da maioria dos impressionistas era poder expor sua arte no museu do Louvre, mas poucos tiveram esse privilégio, e os que tiveram não eram impressionistas.  E por que admirar esta arte abstrata, tão pouco nítida? A busca de ideais dos artistas, mesmo sobre críticas não desistiram e a busca do conhecimento, pois muitos observavam as formas e tiveram com sucesso o domínio do efeito da luz, aliás, um grande avanço para as artes. 


Obra de Oscar Cloude Monet , inspiração para o termo "impressionista" 

Paris é além da torre Eiffel e grifes, foi e ainda é palco de novas artes sendo hoje apreciada não só pelo seu povo mas pelo mundo.

quinta-feira, 17 de março de 2011

- Ticiano Vecellio

Auto-retrato de Ticiano 


            Ticiano Vecellio nasceu na comuna de Pieve di Cadore no ano de 1490.  Na sua Infância, foi levado pelo seu irmão Francesco Vecellio à Veneza para morar com um tio e a partir deste momento começou seus trabalhos artísticos.

       A sua importância é nítida no ramo das artes pois seus trabalhos são voltados à alta renascença italiana. Nesse período, destaca-se grandes artistas como Leonardo da Vinci, Michelangelo, Veronese e Tintoretto.
     
Vênus de Urbino, 1518 – Óleo sobre tela 



     Ticiano aprimorou suas habilidades conforme o tempo, tanto que suas obras demonstram um desenvolvimento extraordinário ao longo de sua vida.

        Conforme foi envelhecendo,  diminuiu seus trabalhos. Suas ultimas obras chegaram a ocupar seu estúdio durante dez anos sendo retocadas e retomadas, pois Ticiano almejava a perfeição.



Algumas de suas Obras:


domingo, 16 de janeiro de 2011

- Rococó

       Rococó (do francês rocaille, que significa "concha”), é um movimento artístico que nasceu na França no século XVIII.  Primeiramente teve bastante sucesso na área de arquitetura, após, passou a ser reconhecido em outras artes.

      Como características nas pinturas, também destacam-se cenas eróticas da “vida cortesã” (nome dado a amantes de nobres pertencentes à corte), como mostra a imagem abaixo,

  Obra: Mademoiselle O'Murphy
Artista:   François Boucher


       Sua característica arquitetônica e decorativa, é reconhecida nas formas curvas e o uso de conchas, flores e laços. É fácil identificar por sua simplicidade, porém transmite elegância e exuberância. Destacam-se também cores claras, tons pastel e dourado.

Palácio de Queluz - Portugal